Com certeza o mais rico e detalhado mundo fantástico da
literatura moderna é o escrito por George R.R. Martin. Apesar de cinco livros de mais 500 páginas,
As Crônicas de Gelo e Fogo, isso é só um por cento da história de Westeros.
Ainda tem muita coisa que preenche esse rico universo. Conquista, traição,
conspiração e religião são apenas alguns dos muito assuntos abordados nessa
mitologia que acerca o Mundo de Gelo e Fogo, e para entendê-la, escrevi 5 posts
resumindo os tempos antigos e novos dos Sete Reinos.
Obs: Os anos são
dividos em AC E DC (Antes da Conquista e Depois da Conquista)
A Era da Aurora
(Aproximadamente 40.000 AC até 12.000 AC)

Desde o início dos tempos, Westeros foi povoada por dois
povos, os gigantes e os Filhos da Floresta, criaturas pequenas com poderes
sobrenaturais. Eles adoravam os deuses sem nome da floresta, do córrego e da
pedra, e viviam da terra. Não se sabe por quanto tempo os filhos e os gigantes
viveram sozinhos em Westeros, nem de onde eles vieram. Os mais antigos
registros disponíveis apenas se relacionam com a chegada dos Primeiros Homens
para o continente, a partir do continente oriental, cerca de 12.000 anos atrás.
A Chegada dos
Primeiros Homens (12.000 AC até 10.000 AC)

Os Primeiros Homens chegaram
a Westeros do continente oriental cruzando o istmo chamado Braço de Dorne.
Assim que se instalaram na nova terra, começaram a cortar os represeiros,
árvores sagradas para os deuses dos Filhos da Floresta. Isso provocou uma
guerra entre os dois povos. Apesar dos filhos terem magia sobrenatural ao seu
lado, que elas usaram para destruir o Braço de Dorne e transformá-lo em uma
cadeia de ilhas, os Primeiros Homens eram maiores, mais fortes e mais avançados
em tecnologia,vieram com armas e armaduras de bronze. A guerra prosseguia a
favor deles até que ambos os lados decidiram fazer um acordo de paz, que
chamaram de O Pacto, na Ilha das Faces. Os Primeiros Homens deram o domínio das
florestas para os Filhos e prometeram não cortar mais as árvores sagradas. Por
outro lado, tomaram conta de todo o resto de Westeros. Com O Pacto, a Era da
Aurora chegou ao fim, e a Era dos heróis começou.
A Era dos Heróis
(10.000 AC até 6.000 AC)

A era começou com a assinatura do Pacto, terminando a Guerra
dos Primeiros Homens e dos Filhos da Floresta, que durou quase quatro
milênios. Durante este tempo, centenas de reinos se levantaram, e caíram. Esta
foi uma época dura, onde muitas das antigas tradições e legados criados pelos
Primeiros Homens foram estabelecidos, com a influência dos Filhos da Floresta.
Muitos destes costumes ainda existem entre os senhores do Norte, que ainda
possuem o sangue dos Primeiros Homens em suas veias. As leis de hospitalidade,
a obrigação de um juiz ser também o executador, etc. Todas estas são creditadas
a estes ancestrais dos nortenhos, e outras de suas construções ainda podem ser
encontradas em todo o Norte. Esta foi a primeira época onde muitos reis e
heróis lendários caminharam sobre a terra, como: Bran, o Construtor, Lann, o
Esperto, o Rei Cinzento, e muitos outros. É uma era coberta de mistérios,
com mais mitos conhecidos do que fatos sobre ela. Ela terminara no início da
Longa Noite.
A Longa Noite
(Aproximadamente uma geração)

No meio da escuridão uma raça aparentemente de demônios,
chamada de Outros, emergiu do extremo norte portando espadas de gelo finas como
navalhas e erguendo os mortos para lutar contra os vivos. Os Filhos da Floresta
e seus aliados, os Primeiros Homens, lutaram bravamente contra eles, mas foram
empurrados em direção ao sul. A esperança surgiu quando foi descoberto que
armas feitas de vidro de dragão podia matá-los. Um grande herói, que na
tradição oriental é chamado de Azor Ahai, conduziu a guerra contra os Outros
portando sua espada de fogo, Luminífera. No final os Outros foram empurrados de
volta para as Terras de Sempre Inverno.
Brandon Stark, conhecido como Bran, o Construtor, ergueu uma
imensa Muralha de gelo e magia, que se prolongava a cem milhas do Gorge até o
Mar dos Tremores para prevenir o retorno dos Outros. Brandon foi declarado o
Primeiro Rei do Norte. A fortaleza de Winterfell (e possivelmente Ponta
Tempestade no sul) foi construída nesse época, e a Patrulha da Noite fundada
para manter a vigia na Muralha.
A Chegada dos Ândalos (6000 AC até 4000 AC)

Os Ândalos foram os primeiros invasores depois que os
Primeiros Homens haviam estabelecido paz com os filhos da floresta, sendo que
viviam em harmonia por 4 mil anos. Vieram das Colinas dos Ândalos, em Essos.
Eram guerreiros altos e loiros, que carregavam armas de aço e tinham pintada em
seus corpos a estrela de sete pontas de seus deuses. Acabaram por conquistar o
continente, assim como os Primeiros Homens haviam feito milênios antes.
Os Dedos foram onde os Ândalos desembarcaram pela primeira
vez, para arrancar dos Primeiros Homens o local hoje conhecido como Vale. Em
sucessivas ondas de incursões, espalharam-se. As guerras entre os Primeiros
Homens e os Ândalos duraram centenas de anos, mas, em tempo, os reinos sulistas
caíram perante eles. Apenas os Reis do Inverno permaneceram, no Norte.Os
Ândalos queimaram todos os troncos de represeiro e mataram todos os filhos da
floresta que encontraram, acreditando que fossem abominações, e destruíram a
infinita quantidade de reinos sulistas dos Primeiros homens. Criaram grandes
reinos próprios, mas este processo foi lento; as Ilhas de Ferro, por exemplo,
foram conquistadas apenas 2 mil anos após a primeira invasão.
Com o tempo, com Reis Ândalos juntando forças, conseguiram
invadir o Norte. Todos os ataques, porém, foram repelidos pelos cranogmanos do
Gargalo ou pelas grandes fortificações do Fosso Cailin. Os Ândalos desistiram,
e ao Norte foi permitido continuar em paz; nos milênios seguintes, sangue Ândalo
adentrou ao Norte por casamentos dinásticos.
Uma das principais consequências das invasões foi o abandono
de Westeros pelos filhos da floresta, que lentamente desapareceram nas gerações
subsequentes. Durante, e após, as invasões, seis reinos sulistas foram
forjados: o Reino da Montanha e do Vale, o Reino do Rochedo, o Reino da
Campina, o Reino das Ilhas de Ferro, o Reino das Terras Fluviais e o Reino da
Tempestade. Neste época Dorne foi deixado como uma confederação de estados
rivais em disputa.
A Perdição de Valiria
(100 AC)
Para entendermos melhor o que acontece daqui para frente,
temos que falar de um evento que ocorreu em outro continente, Essos.
Valiria era uma
civilização pequena, mas quando eles encontraram ovos de dragão em Quatorze
Chamas, tudo mudou. Eles começaram a se tornar poderosos, mas eles se tornaram
realmente um Império quando derrotaram os Ghiscari, uma grande civilização que
vivia em um lugar que era banhado pela Baía dos Escravos. Os Valirianos
expandiram o seu Império por toda Essos, criando assim as Cidades Livres.
Depois de milhares de anos, cada valiriano tinha um dragão.
Mas tudo isso acabou quando um cataclisma destruiu a cidade,
rompendo a península valiriana em pequenas ilhas, criando o Mar Fumegante.
Não se sabe a natureza do ocorrido, mas suspeita-se de que a
causa foi uma intensa atividade nas Quatorze Chamas. Diz-se que, no dia da
Perdição, todos os montes ao longo de quinhentas milhas tinham se despedaçado
para encher o ar com cinzas, fumo e fogo, incêndios tão quentes e famintos que
mesmo os dragões no céu foram envolvidos e consumidos. Grandes rasgos tinham-se
aberto na terra, engolindo palácios, templos, cidades inteiras. Lagos ferveram
e transformaram-se em ácido, montanhas arrebentaram, fontes de fogo cuspiram rocha
fundida até uma altura de trezentos metros, de nuvens vermelhas choveu vidro de
dragão e o sangue negro dos demônios, e ao norte o terreno fraturou-se, ruiu e
caiu para dentro de si próprio, e um mar furioso jorrou para onde ele esteve. A
mais orgulhosa cidade do mundo inteiro desapareceu num instante, o seu fabuloso
império evaporou-se num dia. As Terras do Longo Verão foram queimadas, afogadas
e arrasadas.
Mas uma família valiriana fugiu para sua sede em Westeros
antes que tudo acontecesse. E um século depois, o seu lorde, Aegon Targaryen,
fez a diferença
A Conquista de Aegon
(0 DC até 1 DC)

A guerra começou em 0 DC quando Aegon Targaryen e suas duas
irmãs-esposas Rhaenys e Visenya, desembarcaram com menos de 3.000 homens na
costa leste de Westeros, na foz da Baía da Água Negra. Os Targaryen ocupavam a
ilha-fortaleza de Pedra do Dragão, o posto mais ocidental do antigo Domínio da
Cidade Franca de Valíria.
Ilhas de Ferro e Terras Fluviais - Aegon atacou primeiramente o rei das Ilhas de Ferro e das
Terras Fluviais, o rei Harren, o Negro, que morava em Harrenhal. Quando Aegon
chegou em Harrenhal, ele ameaçou queimar o castelo se Harren não se rendesse.
Harren, teimoso, disse que as muralhas dele eram de pedra e que ele estava
segura dentro do castelo. Assim, Aegon montou em seu dragão, Balerion, e voou
por cima de Harrenhal e queimou tudo, incluindo Harren, sua família e todos os
seus subordinados. Ele passou o comando das Ilhas para Vickon Greyjoy e dos
Rios para Edwyn Tully.
Terras da Tempestade - Após ver o que acontecera com Harren, Argillac jurou que não
morreria assado em seu castelo como um porco com uma maçã na boca, e sim
lutando. Ele liderou seu exército e marchou de encontro ao inimigo. Rhaenys,
montada em seu dragão Meraxes, observou tudo de cima e relatou seus movimentos
para Orys Baratheon. Enquanto os exércitos se aproximavam, uma grande
tempestade caiu sobre eles. Seus homens o aconselharam a esperar mas ele tinha
a vantagem de dois pra um e o vento estava carregando a chuva para cima dos
Targaryen. Argilac avançou e começou a Batalha da Última Tempestade. Os
cavaleiros de Argilac atacaram, mas foram atrasados pela lama. Quando eles
finalmente conseguiram avançar, tiveram de enfrentar Rhaenys em Meraxes. O
dragão era tão mortal em terra quanto no céu. Na confusão, Argilac foi
derrubado do seu cavalo e acabou ficando frente a frente com Orys Baratheon. Os
dois se feriram muito, mas logo Argilac conseguiria realizar o seu desejo e
morreria em batalha. Sua morte significou o fim da luta.Em Ponta Tempestade, a
filha de Argilac, Argella, declarou-se Rainha da Tempestade e fechou seus
portões. No entanto, seus homens não estavam tão ansiosos para morrer e
entregaram-na de presente a Orys, nua e acorrentada. Orys tratou-a com
gentileza. Ele removeu as correntes e a cobriu com seu próprio manto. Ele tomaria
o exército e o lema da Casa Durrandon para a sua própria Casa, e casaria com
Argella.
Terras Ocidentais e Campina - Preocupados com a rápida expansão dos Targaryen, o Rei Loren
Lannister de Rochedo Casterly e o Rei Mern , da Campina, se aliaram e juntaram
seus exércitos contra o invasor. Seu exército, chamado pelos historiadores de
"Exército dos dois Reis", possuía cerca de 55 mil homens, sendo cinco
mil cavaleiros montados, enquanto os Targaryen possuíam apenas 10 mil homens.
Os dragões voaram e começaram a botar fogo em todo o exército. O Rei Mern de
Jardim de Cima e seus filhos morreram em batalha mas o Rei Loren Lannister
conseguiu escapar. Ele foi encontrado no dia seguinte e então dobrou o joelho.
Aegon manteve sua promessa e nomeou Loren como Senhor de Rochedo Casterly e
Protetor do Oeste, e depois voou para Jardim de Cima e o castelo foi rendido
pelo intendente Harlen Tyrell e como recompensa o nomeou Senhor de Jardim de
Cima.

Norte - Torrhen Stark tinha
levantado um exército de 30.000 homens e cruzado o Gargalo. Aegon marchou com
um exército com metade desse número. Os Stark esperaram em Fosso Cailin e
tomaram conselho. O irmão bastardo de Torrhen se ofereceu para infiltrar-se no
acampamento de Aegon e matar os três dragões. Ao invés disso, Torrhen mandou
três meistres encontrarem Aegon depois do Tridente. Torrhen dobraria o joelho e
ficaria conhecido para sempre como “O Rei Que Ajoelhou”.
Vale - Aegon mandou sua frota comandada por Daemon Velaryon tomar
Vila Gaivota, auxiliado por Visenya. Na Batalha de Vila Gaivota, a frota Arryn
foi capaz de derrotar a frota Targaryen e Daemon Velaryon foi morto. Visenya
Targaryen, em seu dragão, queimou a frota Arryn. Embora os Targaryen tenham
perdido a batalha, os senhores das Três Irmãs se revoltaram contra os Arryn por
causa da frota perdida.O chefe da Casa Arryn, o Rei da Montanha e do Vale, era
um jovem garoto, Ronnel Arryn. Sua mãe, Sharra Arryn, governava como regente.
Ela enviou um exército para o Portão Sangrento e depois retornou para a
segurança do Ninho da Águia. Visenya Targaryen simplesmente montou em seu
dragão e voou até ao pátio do Ninho de Águia. A regente, aflita, correu para o
pátio e encontrou o filho sob posse de Visenya, pedindo para passear no dragão.
Sharra dobrou o joelho, e o pequeno rei pôde dar seu passeio.
Dorne - Rhaenys se dirigiu para Dorne, mas encontrou todas as
fortalezas vazias em seu caminho. Os homens pareciam ter partido, deixando
apenas as mulheres e crianças. Quando chegou a Lançassolar, lançou seu ultimato
à Princesa de Dorne, Mariya Martell, que disse que não pretendia se ajoelhar e
nem lutar. Quando Rhaenys a ameaçou, Mariya respondeu com o lema dos Martell:
"Insubmissos, não curvados, não quebrados!".Aegon liderou a invasão de Dorne, tencionando se expandir
para o sul de Westeros também, marchando pelas Montanhas Vermelhas. Os
dorneses, porém, haviam aprendido a lição com o Campo de Fogo, e se recusaram a
entrar em batalha em campo aberto, escondendo-se em seus castelos, atacando
linhas de suprimento e adotando táticas de guerrilha. A intenção foi bem
sucedida, e Aegon percebeu que submeter Dorne seria custoso demais, de modo que
permitiu que o reino permanecesse independente.
Reconhecido como Rei em seis dos Sete Reinos, Aegon I
Targaryen, ou Aegon, o Conquistador, como ficou conhecido, deu início à
construção de um novo castelo, a Fortaleza Vermelha, e uma nova capital, Porto
Real, no local de seu desembarque. Aegon derreteu e fundiu as espadas de seus
oponentes derrotados e forjou o Trono de Ferro, que passaria a ser o símbolo da
submissão dos senhores de Westeros aos Targaryen. Dorne permaneceu independente
sob o comando dos Martell, de Lançassolar, enquanto Aegon passou o resto da
vida dedicado à consolidação de seu reino.
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